Com a possibilidade de novas terras e trabalhos José Bassetto e Angelina acompanhados de seus filhos rumaram para o Oeste de Santa Catarina. A região oeste catarinense foi colonizada aos moldes da serra gaúcha: as terras até então devolutas, da estrada de ferro, foram loteadas e negociadas com as companhias colonizadoras logo após o fim da Guerra do Contestado (1912-16).
O povoamento foi atingindo a região do rio do Peixe e parte do oeste catarinense. O governo catarinense passou a incentivar planos de colonização em parceria com a iniciativa privada, promovendo a vinda das maiores levas de imigrantes para aquela até então remota região.
A partir de 1918 a Cia Estrada de Ferro passou a comercializar as terras demarcadas no Planalto Norte ao longo do Rio do Peixe e recebidas da União por conta da construção da ferrovia, com empresários de São Paulo e do Rio Grande do Sul. O fluxo de Imigração para as colônias do Vale do Rio do Peixe cresceu muito, a maioria com imigrantes europeus e descendentes de imigrantes egressos das colônias velhas do Rio Grande do Sul, do Sul do Paraná e do Sul, Norte e Nordeste de Santa Catarina. Foram estas levas humanas que desbravaram as florestas e começaram a gerar riquezas.
Ao longo das diversas linhas (ou caminhos rurais como eram conhecidos) construíram capelas e com isso vieram os padres católicos que abriram escolas primárias.
Além da exploração da erva-mate e das madeiras de pinho e de lei, os imigrantes implantaram culturas agrícolas e, na pecuária, desenvolveram a suinocultura. Em seguida, ergueram os primeiros moinhos, motivando também a cultura do trigo.
Com muita coragem e determinação eles se estabeleceram fazendo surgir selarias, alfaiatarias, oficinas de consertos e fabricação de ferramentas, hospedarias e hotéis, casas de comércio, serrarias e novos moinhos.
Com relação à implantação do ensino na Região do Contestado, a Igreja Católica foi decisiva para a educação e formação dos descendentes de imigrantes estrangeiros, em particular de italianos, os já Ítalo-brasileiros. Com isso propiciou o surgimento de novos municípios.
O município de Ponte Serrada foi criado em 1917 com colonização dos descendentes de Italianos que vieram do Rio Grande do Sul. Esses colonos eram atraídos pelas riquezas naturais da região, entre elas a araucária, a imbuia, a canela, a erva-mate e outras. Não é à toa que a cidade é considerada a capital catarinense da erva-mate.
O nome do município remete ao longínquo tempo que os tropeiros que passavam por esta região em suas caravanas. Juntaram-se com os moradores da região e decidiram construir uma ponte feita de madeira serrada a mão (até então todas eram feitas de tábuas e vigas lascadas). Assim nasceu Ponte Serrada, conhecida antes como Pouso dos Tropeiros.
É nesse contexto que José Bassetto, o primogênito de Giovanni e Giosepina, passa a trabalhar também como ferreiro e escolhe a cidade de Ponte Serrada para fixar residência com sua família.