No Brasil

A difícil travessia transatlântica durou um longo e árduo mês inteiro, contudo, nossos antepassados tiveram ainda mais uma viagem logo após descerem do navio em Santos: eles seguiram de trem à Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, onde foram registrados no dia 23 de janeiro de 1889.

O prédio da antiga Hospedaria dos Imigrantes ainda existe e está localizado na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, bairro do Brás e hoje abriga o Memorial do Imigrante. Na época foi um importante instrumento de infraestrutura montada pelo governo brasileiro para apoiar o fluxo imigratório que se desenvolveu a partir de 1875. No Rio de Janeiro também havia algo parecido, a “Hospedaria dos Imigrantes Ilha das Flores”, na Ilha das Flores.

Todo imigrante que chegava ao Brasil desembarcava no porto de Santos ou no Rio de Janeiro. Somente depois de registrado é que se conhecia o destino. Aqueles que seguiriam ainda para a Região Sul eram conduzidos pela Marinha Brasileira em navios menores.

Giovanni Bassetto e outros italianos foram para o Sul do País e chegaram até o porto de Rio Grande (RS) e depois seguiram pelo rio Jacuí até desembarcar na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, onde o governo Imperial Brasileiro chamou-a de ”imigração Vêneta”.

Quem foi para o Rio Grande do Sul desembarcava às margens do Lago Guaíba, em Porto Alegre. Em um vapor menor, seguiam o percurso pelo Rio Caí. Quem ia para a região de Bento Gonçalves, desembarcava em Montenegro. Já para a região de Caxias do Sul, a última parada era São Sebastião do Caí. Dali para a frente, o percurso era feito a pé. A estrada era aberta pelos próprios imigrantes a facão. Com o fim do trecho plano da estrada Rio Branco, às margens do Rio Caí, tinha início a parte mais difícil do trajeto que era a subida da Serra. Mas, antes de seguir viagem, muitos paravam em hospedarias para se alimentar e descansar.

No Rio Grande do Sul a presença dos italianos foi muito marcante. Em 1875 foram criadas as colônias Conde D’Eu e Dona Isabel que se tornaram as cidades de Bento Gonçalves e Garibaldi hoje. Através destas colônias e as que foram formadas ao redor, os italianos se expandiram pela serra gaúcha e marcaram a presença forte com cultivo da videira, mas também plantação de milho e trigo.